Da janela eu vejo
O homem que passa
O olhar que os óculos encobrem
A poeira esculpindo os dias
A vida que morre
Da janela eu vejo
A chuva beijando a calçada
O chão pelos passos comido
A bola no vidro quebrada
Da janela eu vejo
O lixo que o vento sopra
A pedra que tropica no sapato
As casas que a esquina corta
Da janela eu vejo
A bala perdida no corpo encontrada
A indiferença no andar apressado
Um corpo caído no chão
O homem sangrando calado
Na janela eu cego!
A vida que morre
Da janela eu vejo
A chuva beijando a calçada
O chão pelos passos comido
A bola no vidro quebrada
Da janela eu vejo
O lixo que o vento sopra
A pedra que tropica no sapato
As casas que a esquina corta
Da janela eu vejo
A bala perdida no corpo encontrada
A indiferença no andar apressado
Um corpo caído no chão
O homem sangrando calado
Na janela eu cego!
c c
c
Da porta eu espio
As folhas cochichando nas árvores
A lágrima escondida no lenço
A lua afogada na poça de água
A boca costurada de silêncio
Da porta eu espio
A formiga comendo a rosa
Abelha vomitando mel
A luz do poste que pisca
A chuva deitando no céu
Da porta eu espio
A noite engolindo o dia
O dia vomitando a noite
A cortina namorando o vento
A vida no tempo vazia
Na porta eu fecho!
As folhas cochichando nas árvores
A lágrima escondida no lenço
A lua afogada na poça de água
A boca costurada de silêncio
Da porta eu espio
A formiga comendo a rosa
Abelha vomitando mel
A luz do poste que pisca
A chuva deitando no céu
Da porta eu espio
A noite engolindo o dia
O dia vomitando a noite
A cortina namorando o vento
A vida no tempo vazia
Na porta eu fecho!
c c c c
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c
Cassiane