William-Adolphe_Bouguereau_(1825-1905)_-_The_Day_of_the_Dead_(1859)
Hoje, dia 2 de novembro, celebramos o dia de finados, a data foi instituída pela Igreja Católica com o objetivo de prestar homenagem aos nossos entes queridos, que já não compartilham mais da nossa convivência.
Neste dia, pelos cemitérios Brasil afora, misturam-se flores e saudades, dores e esperança. Pessoas cobrem os jazigos com flores coloridas, desaguam sua dor, acendem velas, rezam um pai-nosso, quem sabe dois, e depois vão para suas casas, seguem suas vidas...
Passado o dia de finados, mergulhamos no abismo frenético de nossas rotinas, as flores nos cemitérios murcham, as flores artificias desmancham-se ao calor do sol, as velas se apagam.
Respeito muitíssimo essa data, considero-a uma data digna de feriado, muito mais do que outras que comemoramos aqui no Brasil, no entanto, ocorreu-me um pensamento, ao ver-me agarrada às lembranças dos meus queridos finados, percebi que muitas vezes não celebramos a vitória de estar na presença das pessoas que ainda habitam entre nós, não paramos para pensar que a vida é feita de chegadas e partidas e que jamais saberemos a hora de dizer adeus.
O que pretendo refletir é que devemos investir na vida, enquanto ela nos é possível, e a nossa vida são as pessoas que amamos. Infelizmente, o que mais se ouve num dia de finados, ao pé da sepultura, são lamúrias de pessoas que dizem: “eu queria poder dar o último abraço”, “eu queria ter pedido perdão”, “eu queria ter dito o quanto ele (a) foi importante na minha vida”... E por aí vai!
Se é importante celebrar o dia de finados, mais ainda deveria ser, celebrar a vida de quem ainda permanece ao nosso lado, aproveitando a convivência da melhor forma possível, para que no dia da ausência estejamos preparados para lidar com a dor, longe das amarras do arrependimento de não ter feito aquilo, de não ter dito isso.
Jamais saberemos a hora exata de partir, de dizer adeus, não sabemos se é hoje, amanhã, por isso, não vamos desperdiçar nenhuma oportunidade de demonstrar as pessoas que amamos, de expressar o quanto elas são importantes para nós.
Não poderemos fugir da saudade, mais cedo ou mais tarde ela bate à nossa porta, mas do remorso, ah, esse pode ser evitado, basta que saibamos amar e demonstrar sempre o quanto nossos familiares e amigos são importantes para nós, hoje, agora!
(Cassiane Schmidt)