Sei que talvez muitos não aguentam mais essa conversa de “leitura”, um tema constantemente enfatizado ao longo dos últimos anos.
Contudo, é impossível para um escritor, não falar das maravilhas que a leitura proporciona. Sim, pois todo o escritor se alimenta e se compraz em boa leitura. Não há escrita que não tenha se exaurido em intensa leitura, não há!
Mas isso vale para todos, escritores ou não, não importa a atividade, a leitura é sempiterna em nossas vidas, ela está em tudo, ela é tudo.
Deliciar-se nas páginas de um bom romance, viajar no tempo, se encantar e se apaixonar por algum personagem é uma experiência maravilhosa.
Recentemente terminei de ler a primeira parte de Dom Quixote de La Mancha, escrito pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes.
O livro é composto por 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.
Durante a leitura maravilhei-me com as aventuras do personagem “Dom Quixote”, um fidalgo que após ler muitos romances de cavalria, estilo da epoca, perde o juizo, e acredita ser um cavaleiro andante. Nunca imaginei que um romance surgido em 1605 seria capaz de fazer-me rir às escâncaras, ah, e como são engraçadas as aventuras de Dom Quixote com seu cavalo Rocinante e seu fiel escudeiro, Sancho Pança.
A ação gira em torno das três incursões da dupla por terras de La Mancha, de Aragão e de Catalunha. Nessas incursões, eles se envolvem em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade. Espero ter conseguido despertar a curisiosidade dos leitores, que, com sorte, irão em busca dessa imperdível leitura.
Toda leitura agrega conhecimento, todo conhecimento leva à outro, por isso, ler é o caminho promissor para quem decide investir na própria cultura.
Além dos beneficios culturais, a leitura faz bem à saude mental, pois trata-se de uma atividade neurológica, ou seja, ler reforça as conexões entre os neurônios. Mais um bom motivo para não abrir mão de um bom livro.
Hoje as facilidades no acesso aos livros são muitas, até o século XV, tinha acesso aos livros somente uma pequena minoria de sábios e estudiosos que formavam a classe intelectual da sociedade (reservados em mosteiros durante o começo da Idade Média), somente eles tinham acesso às bibliotecas.
Nós vivemos numa época privilegiada do ponto de vista cultural, pois podemos encontrar com facilidade livros com preços acessíveis, bibliotecas públicas, bibliotecas escolares, enfim, só não lê quem não quer!
Há um diálogo mágico entre leitor e o livro, um diálogo feito através do coração.
Infelizmente tornar-se um leitor não é tarefa fácil, o que constato através de conversas com amigos, biografias de grandes escritores e com um pouquinho de experiência própria, é que geralmente o leitor ávido, aquele que lê todo dia, iniciou esse hábito lá nas terras encantadas da infância, e com um pouquinho mais de conversa, descobre-se a influência que a mãe ou o pai, em alguns casos os dois, exerceram na adoção do hábito de leitura pelos filhos. Mas, veja bem, isso não é uma regra, qualquer indivíduo, em qualquer fase de sua vida, pode tornar-se um exímio leitor.
A liberdade humana não conhece outro caminho senão o da leitura e da escrita, sem essas duas margens, morreríamos afogados na escuridão da ignorância.
Lembrem-se, quem tiver um livro nas mãos, jamais estará só...
(Cassiane Schmidt)