Na rua deserta da cidade
Há uma menina
Caminhando em desventura mocidade
No corpo marcas de uma sina
A pequena vagueia pelas ruelas desertas,
Decotes rasgam-lhe o peito
Nos lábios, impetuoso batom vermelho,
Nos olhos, desespero.
A noite está escura no beco,
Um cheiro de barato perfume
Espraia-se pela escuridão
Um gesto, um aceno de mão,
Lá vai a pobre criança,
Cumprir sua maldita lição.
Rebola menina não,
Teus pés deveriam estar pulando amarelinha,
Dançando cirandinhas
Desenhando sonhos no chão,
Com velhos tijolos de construção
Qual é o teu nome?
Pobre menina,
Que vida é essa que te consome?
Quem são teus pais?
Que País é este?
Salve! Salve!
Que os céus abram guardas de salvação
Como pode anjos pequenos rendidos à perversão?
Salve! Salve-se quem puder
Maldito ditado!
Dizem as más línguas que o autor é o tal do diabo!
Enquanto isso do outro lado da cidade
Burgueses engravatados assistem à televisão,
No noticiário:
....Menina morta é encontrada no chão!
......(Cassiane Schmidt) .......
Há uma menina
Caminhando em desventura mocidade
No corpo marcas de uma sina
A pequena vagueia pelas ruelas desertas,
Decotes rasgam-lhe o peito
Nos lábios, impetuoso batom vermelho,
Nos olhos, desespero.
A noite está escura no beco,
Um cheiro de barato perfume
Espraia-se pela escuridão
Um gesto, um aceno de mão,
Lá vai a pobre criança,
Cumprir sua maldita lição.
Rebola menina não,
Teus pés deveriam estar pulando amarelinha,
Dançando cirandinhas
Desenhando sonhos no chão,
Com velhos tijolos de construção
Qual é o teu nome?
Pobre menina,
Que vida é essa que te consome?
Quem são teus pais?
Que País é este?
Salve! Salve!
Que os céus abram guardas de salvação
Como pode anjos pequenos rendidos à perversão?
Salve! Salve-se quem puder
Maldito ditado!
Dizem as más línguas que o autor é o tal do diabo!
Enquanto isso do outro lado da cidade
Burgueses engravatados assistem à televisão,
No noticiário:
....Menina morta é encontrada no chão!
......(Cassiane Schmidt) .......
9 comentários:
a triste e dura realidade em sensível poema, que instiga a pensarmos mais profundamente sobre a responsabilidade que temos junto à sociedade. meu abraço.
'Salve! Salve-se quem puder'
Um poema sobre a trsite realidade de muitas das nossas crianças.
Todos deveriam ler.
Parabéns por este poema.
Grande abraço
Dramático...intenso...fantáticamente escrito...por uma sensivel e notável mulher...
Doce beijo
Bom dia!
Primeira visita.
Poema com bastante intensidade.
beijooo.
belíssimo.
"Decotes rasgam-lhe o peito"
as marcas da beleza, fora do contexto, transformam -se em símbolos de ignomínia...
és amiga da silvinha, que está em portugal?
ela tem uma amiga com o teu nome... desculpa a curiosidade.
Muito lindo.
Gostei bastante.
Obrigada pela visita ao meu blogue.
Beijinho.
Triste...muito triste mas infelizmente a realidade de muitas crianças.
Arrepiei-me com o texto, mas adorei o teu blog. Vou pedir-te permissão para passar por cá mais vezes.
Beijihno
Nossa, que poema forte!
Que Deus proteja "as meninas" desse seu poema...
E que os seres humanos se conscientizem e se responsabilizem para mudar a realidade...
Um beijo!
Tenha uma linda semana!
;)
Cada vez melhor Cassiane. Parabéns pela sócio-poesia. Pela mensagem a este país de políticos sem lei, de uma sociedade conivente, que agoniza no ócio, na mordomia, na modorrice da corrupção.
Masmorra para eles todos.
Enquanto isto... Assistimos, pasmos, os valores de cidadania sendo vilipendiados.
Que Deus te abençoe,
Caminha
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