Pois é, leitor, ou melhor, eleitor. Lembram do tempo em que o circo chegava na cidade? Desfilavam pelas ruas, anunciando garbosamente a sua chegada. Os desfiles eram pomposos, mulheres esquisitas que engoliam fogo, palhaços e bailarinos, que bons tempos.
Nós, cidadãos de bem, na ditosa época, reservávamo-nos o direito de escolher, se queríamos ou não ir até o circo assistir ao espetáculo.
Hoje, desastrosamente, um outro tipo de circo passa por nós de quatro em quatro anos, transformando a sala de casa num picadeiro, sem escolha tornamo-nos o irrespeitável público do horário eleitoral “obrigatório”.
Diferente do circo citado no início do texto, que era um movimento cultural, que oferecia lazer e diversão as famílias, este outro circo que invade as nossas casas, é um verdadeiro balaio de gatos.
Um descaramento ao qual milhares de brasileiros são obrigados a assistir duas vezes por dia, exceto pela minoria da população que tem acesso aos canais por assinatura, contudo, ocorre que a grande maioria é obrigada a presenciar a asneira desmedida na qual se transformou a propaganda eleitoral. Um espaço que tem como objetivo apresentar as propostas dos candidatos, perdeu o sentido, virou motivo de piada.
"Ei, ei, Eymael... Ei, ei, Eymael..” e mais uma televisão desligada!
As pesquisas revelam a insatisfação do povo brasileiro em relação ao horário político. A baixa audiência é uma resposta ao absurdo que vem acontecendo. Segundo o cientista político e marketeiro tucano Antônio Lavareda, nesta campanha presidencial a audiência da propaganda obrigatória na TV despencou pelo menos 30% em relação a 2006.
O chamado share - porcentual de TVs ligadas - também despencou no primeiro dia da propaganda eleitoral. Às 20h30, era de 51,2% na Rede Globo. Dez minutos depois, atingiu a marca mais baixa nos 50 minutos do horário político, com 44,4%.
E os números continuam despencando, talvez possamos, sem muito esforço, encontrar as causas.
Vamos lá, me acompanhem na breve apresentação de alguns candidatos celebridade, fiz uma difícil seleção dos melhores, surpreenda-se:
1- Tiririca - Grau de instrução: Fundamental incompleto.
Melhor slogan político da história “Vote Tiririca, pior do que tá não fica.”
2- Mulher Pêra - Grau de instrução: Lê e escreve – Ah, que alivio, o Brasil agradece!
3- Batoré - Grau de instrução: Ensino Fundamental incompleto.
4- Mulher Melão - Grau de instrução: Superior incompleto.
Citei apenas alguns, mas são tantos. Primeiro, que não dá para confiar em pessoas que utilizam a imagem pública acentuada pela mídia televisiva, para garantir uma vaga no congresso, é subestimar a inteligência do povo brasileiro. Cada macaco no seu galho, como uma mulher pêra, por exemplo, poderá legislar e zelar pelas leis e dogmas constitucionais nacionais, propor, revogar, emenda à Constituição Federal? A mocinha é capaz de criar um projeto de lei que ofereça gratuitamente implantes de silicone para a população, não duvido! É lamentável pensar em nosso país sendo governado por palhaços e por mulheres frutas. O mais triste diante do cenário político, é a falta de opções.
Contudo, não desanimes eleitor, ainda temos o Levy Fidelix, pelo menos ele vai criar o Aerotrem no formato de trem-bala (!?) quem sabe quando o Aerotrem estiver pronto, ele passe lá por Brasília, e leve alguns políticos brasileiros para um passeio de (somente) ida para Marte?
(Cassiane Schmidt)
3 comentários:
Olá Cassiane, primeiramente meus parabéns pela postagem, que de fato nos resume ao irrespeitável público, felizmente ainda nos resta a opção de desligar o televisor. Afinal de contas que mais nos resta?
Infelizmente em relção ao assunto somos realmente tratados como macacos, transformou-se em palhaçada literalmente.
Para se tornar um Garí é necessário ter fundamental completo, mas para presidente basta saber escrever o próprio nome.
E como bem disse, como ficamos diante da pobreza de opções que nos resta?
Lamentar é o que podemos fazer?
Uma dificíl e certamente extensa discussão acerca do assunto!
O duro é ter ciência da grande proporção de eleitores que não tem sequer informações sobre os candidatos, a não ser a presença deles em bairros mais desprovidos, com devaneias promessas.
Triste mas esta é a realidade.
E de certo estes a que citou terão ao menos alguns votos, o que aumenta ainda mais nossa indignação.
Beijos!
Cassiane,
Muito realismo: dura realidade.
A única esperança que nos resta é de que o circo se incendeie e das cinzas ressurjam novos valores.
Oi, Cassiane:
Tem toda a razão. É um verdadeiro picadeiro eleitoral gratuito mesmo. Não dá para aguentar. Amei o seu belo texto. Crítico e analítico. Um grande beijo no seu coração, boa noite ;)
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