sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Em quem você vai votar?
Não precisa responder leitor, leitora. A pergunta é delicada, eu sei. Digo à que vim, explico o porquê desta pergunta tão subjetiva. É que tenho presenciado, nessas eleições especialmente, uma falta de educação sem precedentes no que diz respeito ao voto alheio.
Os diálogos que tenho ouvido são assustadores. Maldito segundo turno!
- Em quem você vai votar?
- No fulano (a)...
- O quê? não posso acreditar! Que decepção! você uma pessoa tão instruída, tão inteligente, vai votar no sicrano(a)...?
E você fica com cara de tacho...é, pois diante da falta de vergonha alheia, resta-nos o silêncio.
As mesmas pessoas que ridicularizam sua preferência política, são, em primeiro lugar, mal educadas, e com gente mal educadas não se discute!
O respeito ao voto é essencial na manutenção de um diálogo producente, fora disso, tudo mais é conversa fiada. Condenar candidatas(os) a masmorra de argumentos infundados é muito fácil, ou seria falso?
Já passei por muitas eleições na vida, mas em nenhuma presenciei tamanha acidez partidária.
Lembro da frase que diz “papel em branco aceita tudo”, constato, infelizmente, que a internet também aceita tudo. Minha caixa de e-mails vive sobrecarregada de mensagens “assustadoras” falando sobre os candidatos à presidência, especialmente sobre a candidata do PT, Dilma Vana Rousseff.
O pior é que ao tentar descobrir a fonte da informação, dá-se com a cara no escuro, pois a maioria dos e-mails são anônimos. Mentiras berrantes que nos esfregam na cara, o pior (para os candidatos, é claro), que tais mensagens ganham proporções catastróficas para os pretendentes a poltrona presidencial; Vá lá, ainda há, lamentavelmente, muita gente que acredita em tudo que lhe cai nas mãos.
Anônima também me parece a identidade de alguns eleitores brasileiros, que adotam métodos sujos para evidenciar seu candidato. Dá nojo.
Não estou aqui com a ingênua pretensão de defender este ou aquela candidata, nada disso, apenas quero refletir com o leitor-eleitor a necessidade de filtrar, de investigar todas as informações que chegam até nós sobre os candidatos, simples, não?
Exemplos não faltam para elucidar o que quero dizer, quando o presidente Lula estava à um passo do planalto, há oito anos atrás, ouvi tudo o que a imaginação do leitor pode supor: (ele iria “cortar” a aposentadoria dos idosos; se uma família possuísse dois carros, duas casas, tudo dois, um seria confiscado; ia mudar a cor da bandeira para vermelho, fechar as igrejas, iria “comer” a poupança dos “ricos” para distribuir aos pobres... e tantas outros absurdos que não se confirmaram, esse é apenas um exemplo, possivelmente outros candidatos de outros partidos também já sentiram nos ombros o peso da difamação, talvez...
A intenção aqui, veja bem, veja mal, repito, não é defender ou acusar nenhum candidato, pois em termos de reputação ilibada .... o objetivo é apenas de desabafo, de quem, entre muitos brasileiros são subestimados diariamente, tendo que engolir com farinha seca mentiras e mais mentiras.
Seria tão bom se nós eleitores, não reproduzíssemos os ataques que os candidatos travam entre si, na maioria das vezes, desleal.
Se fôssemos capazes de defender nossos ideais políticos sem desrespeitar a opinião alheia, discordar sem dissentir, manter-se fora dos inválidos argumentos perimetrais, o período eleitoreiro não seria tão perturbador.
A democracia e o respeito constituem o caminho que celebra a vitória silenciosa de todos aqueles que corajosamente defendem seu ideal de cara limpa. Não façamos das urnas uma fossa, façamos das urnas nossa força, será possível?
Cassiane Schmidt
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