O céu recolhe suas franjas
A noite se prepara pra nascer
Claridades desfazem suas tranças
Na névoa triste do anoitecer
Ainda ontem quis conhecer o futuro
Saber dos sóis, das tempestades que estão a caminho
Não sei se será flor ou espinho
Não vejo nada, está escuro!
Há medos cercando a casa
Não há nada que se possa fazer
O relógio que nunca atrasa
Traz de longe o anoitecer
A noite mistura vozes
Seu olfato é a escuridão
Lá fora sombras correm
Na minha direção
Há um canto vindo do jardim
Misturado à densa neblina
O que será de mim
Nesta noite que não termina?
Crianças choram baixinho
Embaixo do cobertor
A escuridão abre caminho
Para a dança do pavor
Acendo a luz de dentro
E lá fora o escuro some
Sozinha e triste, eu penso
De onde vem esse medo que me consome?
Cassiane Schmidt
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