Na página
Leito de letras
Páginas palavras nuas
Amoras frescas
Degustam hálitos de manhãs
Poesia e mel flutuam sobre a mesa
No escuro da página
Linhas versos aportam destinos
Margens letras e rios deságuam
Na página aberta em caminhos
A palavra na página lavra
Dedos e poros cansados
Horizonte míope
Braços de ausência devorados
Páginas janela no vento pó da escrita
Onde a mão desmaia na página
O que o coração grita!
Letras atacam feito lobos famintos
A página virgem alva
Paz consumida em íntimos recintos
Onde o escuro vazio acalma
Terra distante fora de alcance
Trem fora dos trilhos,
Linhas devorando gritos
Na página a paz é um mito!
(Cassiane Schmidt)
3 comentários:
Página,leito de letras...
Adorável poema!
Sucesso...
IGdeOL
"Páginas janela no vento pó da escrita
Onde a mão desmaia na página
O que o coração grita!"
De fato traz a poetisa soberba verdade.
É no papel, sem som ou feição que o coração se expressa;
Nas palavras soltas, vezes desconexas onde o poeta expõe as fragilidades e contentações que traz em seu coração;
Linda poesia Cassiane.
Parabéns!
Beijos!
Oi, Cassiane!
Estava com saudade das suas poesias, dos seus contos, enfim...
Na página, é um belo poema. É na página, em branco, que derramamos um pouco do que transborda do nosso interior, onde materializamos em prosa ou poesia aquilo que nos vai na alma. A página, é a doce companheira da solidão ou da profusão do ser.
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