Tempo de Recomeçar

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"Essa história vai emocionar você"

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Janela fechada



Brilha o sol nos olhos de Maria

Em sua boca deságua todo o mar

Até a tarde se está sombria

Quando ela passa, volta a brilhar


Quando ela passa pela rua

Todas as janelas se abrem

Tudo a volta dela se desfigura

Meus olhos em mim já não cabem


Minhas tardes são de Maria

Fiz promessa a todos os santos

Se um dia ela for minha

Cobrirei seu rosto com um manto



E ninguém jamais participaria

Da beleza da minha amada

Pois sendo minha

Viveria em meus braços

Para sempre enclausurada



Teve um dia que ela não passou

Outro também não

Será que alguém à levou?

Será de outro seu coração?



A rua sem ela ficou de luto

Eu insistia todos os dias

Buscava em outras faces seu vulto

O sorriso de Maria...



Guardo a imagem dela

Dentro de cada segundo

E nunca mais minha janela

Viu um anjo mais lindo no mundo...



Teve o dia que a janela se abriu

Foi o vento da noite

Foi um vento de frio...

Um aviso de morte!



Abriram-se os portões do cemitério

Com tristeza encontrei minha amada

Em sua volta o canto funéreo

Em mim, uma alma inconformada


Na laje fria, com os olhos fechados

Estava Maria em sono profundo

Dos céus soava um canto sagrado

...Menos um anjo neste mundo...


Junto de minha amada

Foi-me toda a alegria

Janela fechada,

Maria...



(Cassiane Schmidt)



Poema inspirado no poema “Quando Ela Passa” do imortal Fernando Pessoa. Confiram
http://www.revista.agulha.nom.br/fpessoa334.html), considero o melhor poema deste Senhor das letras...

Um comentário:

Socorro Melo disse...

Oi, Cassiane!

Uma esperança, um suspiro, uma saudade, um desecanto... Lindo e triste poema!

Bjos
Socorro Melo