Tempo de Recomeçar

Tempo de Recomeçar
"Essa história vai emocionar você"

terça-feira, 21 de outubro de 2008

As faces que o tempo revela



Numa pequena aldeia longe da civilização, havia um lindo rebanho, com abundantes e verdes pastagens; Neste rebanho havia uma grande família de cordeiros, todos liderados pelo cordeiro mais velho, ele era uma espécie de conselheiro dos mais jovens; Todos viviam em paz e harmonia, eram corteses uns com os outros e viviam num clima benfazejo e de muita paz. Certa feita, o grande rebanho foi surpreendido por uma visita inusitada, apareceu no alto do grande vale um lindo cordeiro, sua lã alva e formosa chamou atenção de todos, sem dúvida, era de uma beleza singular e, por isso, todos os outros animais ficaram boquiabertos diante do imponente visitante.Chamaram o sábio do rebanho para contar-lhe o ocorrido; O sábio muito gentil perguntou ao recém chegado: - o que te trás por estas paragens, jovem e belo cordeiro?Então com uma visceral oratória e primada educação, o visitante respondeu ao sábio:- vim de muito longe, perdi-me de minha família e fiquei só neste mundo, peço clemência nesta hora difícil e imploro que me aceites neste tão belo rebanho!O velho e bondoso líder refletiu por alguns instantes e aceitou o pedido do forasteiro;
Nos dias que se seguiram, tudo começou a mudar na rotina do grande rebanho, o garboso visitante começou a criar pequenas intrigas entre os demais cordeiros, era gentil e educado e, consequentemente, passou exercer influência sobre os demais, semeando dissimuladamente a discórdia entre todos. Enquanto o caos ia se instalando no rebanho, entre brigas e discussões, o velho sábio começou a perceber que seu rebento estava cada vez menor, e a cada noite um ou mais cordeiros desaparecia! Além do que, o comportamento do tão simpático visitante parecia ser, em alguns momentos, dissimulado!
Com o passar do tempo, o simpático e educado cordeiro, passou a ter um comportamento cada vez mais instável, revelando pouco a pouco sua verdadeira identidade, o que deixou o líder do grupo desconfiado!
Foi então que o velho sábio decidiu ficar em vigília na noite seguinte, para tentar descobrir a causa do desaparecimento dos cordeiros, já que o fato ocorria somente à noite!A noite se aproximava e todos os cordeiros foram dormir, apenas o velho sábio ficou escondido a observar o que acontecia, foi então que ele surpreendeu-se ao ver o visitante, o cordeiro mais belo que já tinha visto, arrancou sua máscara, revelando sua verdadeira identidade, era um lobo!
O velho sábio ficou horrorizado com a cena que acabara de presenciar, o lobo algoz, na surdina da noite, atacou e devorou um cordeiro que dormia! Desfeita a farsa, assim que amanheceu, o velho sábio reuniu todo o rebanho e contou-lhes a verdade, alguns se revoltaram contra o velho conselheiro, alegando que ele permitiu a entrada do intruso no rebanho! Outros planejavam a prisão do lobo, foi então que um dos cordeiros perguntou ao velho sábio: - Mestre, qual o antídoto para não sermos mais enganados por algum lobo que se vista em pele de cordeiro? O mestre pensou por alguns instantes, e respondeu ao jovem cordeiro: - O tempo! Não há nenhuma máscara que resista ao implacável tempo! O tempo tudo revela, é o conselheiro mais sábio que existe!Todos aplaudiram o mestre e bendiziam o remédio contra todos os males, todas as farsas, o santo TEMPO!
Ao perceber que havia sido descoberto, o lobo fugiu pelos vales e ninguém mais o viu por aquelas paragens, assim a paz voltou a reinar naquele rebanho!Ninguém mais soube do paradeiro do lobo! Quem sabe ele não está em algum lugar bem próximo de você?
Fique atento, ele pode estar no seu trabalho, na sua repartição, entre seus amigos, até mesmo na sua casa!
Lobos há por toda a parte, fique atento aos sinais, pois um dia, inevitavelmente: as máscaras caem!!!






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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Roteiro da morte



No abismo de outros mundos almas calam-se inertes
Corpos cobertos de flores cobrem campos santos
Na vaga do mar lancei uma prece
As ondas levaram memórias dos anos

Janelas do futuro se fecham antes da hora
A morte declama a despedida em tristes rimas
Lembranças reféns da memória
O destino o obituário assina

Sinos e velas anunciam o cortejo
Destino esparso em tom de melancolia
Na sala a morte brinda o triste ensejo
No sarau funéreo o choro é melodia

Nas mãos frias repousa o rosário
Maquiagem de tristeza encobre as faces
Sobre o leito a incerteza do itinerário
No céu uma estrela nasce

As pás do destino preparam a cova
Arquitetura dolente de desencanto
À tarde triste e chuvosa chora
Vida encoberta por negro manto

O anjo da morte iniciou a viajem
Levou a vida pelas mãos
Aportaram na estação da eternidade
Abençoados por uma oração

A morte caminha pelas ruas do destino
Os ponteiros do relógio ensaiam despedidas
Pétalas de flores indicam o caminho
Último suspiro, hora da partida!



(Cassiane Schmidt)