Tempo de Recomeçar

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"Essa história vai emocionar você"

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Grande Príncipe


Hoje vou falar um pouco da experiência fantástica que a leitura da obra “O Pequeno Príncipe” do autor Antoine de Saint-Exupéry me proporcionou.

O livro é simplesmente um clássico, um daqueles livros que bagunçam a gente, avançam os sinais da percepção e nos fazem refletir sobre a nossa própria existência. Um livro que nos convida a ser criança, a sentir o mundo com a alma leve de criança;
Encontrei nas páginas deste clássico, que foi traduzido em mais de 80 línguas diferentes, uma profunda base filosófica evidenciada através de instigantes metáforas. Gostaria de citar todas elas, mas minhas pobres linhas obedecem a limitações.
O livro inicia com os diálogos entre o autor e o personagem do Pequeno Príncipe, são diálogos que nos remetem a nossa própria realidade. Que nos empurram para a profundeza das coisas, coisas que muitas vezes passam despercebidas pela cegueira do dia-a-dia, pelo escárnio que a rotina provoca em nossa sensibilidade.
Uma das passagens que mais me chamou atenção foi quando o Pequeno Príncipe contou ao autor que no seu planeta havia uma erva muito perigosa, chamada baobá, o principezinho morava num planeta muito pequeno, por isso, ele precisava arrancar a planta assim que ela começasse a nascer, caso contrário os baobás tomariam conta do seu planeta e depois disso seria impossível habitá-lo.
Se pensarmos com calma, perceberemos a sutil mensagem pretendida pelo autor, o planeta onde morava o Pequeno Príncipe pode ser interpretado como sendo a nossa alma, a nossa casa. Muitas vezes deixamos nossa vida ser invadida por “ervas más”, permitimos que elas cresçam e ganhem força em nossa existência. É preciso vigiar nossos pensamentos e refletir sobre as “ervas” que temos enraizadas em nossa essência...
Outra belíssima passagem é a chegada do pequeno príncipe no planeta Terra, onde ele passa por intensas descobertas, ele começa a enxergar a realidade sobre uma nova ótica. É mais ou menos isso que acontece com todos nós quando grandes mudanças surgem em nossas vidas.
O encontro do Príncipe com a raposa é emocionante, simplesmente traduz a base dos relacionamentos humanos, revela a fragilidade e o cuidado que devemos ter com as relações que construímos.
Após se conhecerem, a raposa pede ao Príncipe:


“- Por favor... cativa-me!
O Príncipe respondeu que não tinha tempo, que tinha amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. A raposa o adverte que somente somos capazes de conhecer as coisas que cativamos e que não existem lojas de amigos...
Dessa passagem nasceu a belíssima frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Muitas vezes queremos o amor, o respeito, queremos tanta coisa, mas esquecemos de cativar a fonte dos nossos desejos. Cativar é cuidar, significa encantar para alcançar, seja uma amizade, um amor verdadeiro, sonhos materiais e imateriais, enfim, é preciso cuidar do “caminho” para alcançar o destino.
Fico por aqui... Sugerindo a leitura desta magnifica obra, mas o leitor tome cuidado, lembre-se de que “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos...


(Cassiane Schmidt)

Matéria Premiação (Jornal Cruzeiro do Vale)

segunda-feira, 25 de julho de 2011


Com muita alegria, compartilho com meus amigos blogueiros mais uma conquista.
Obtive o segundo lugar no I Concurso Nacional Novos Poetas 2011 - Prêmio Augusto dos Anjos.
O concurso totalizou mais de 2.587 candidatos...

Colocação:
  1. Colocado: Dijavan Luis Santos de Brito - Poema: Mancha de Caronte
  2. Colocada: Cassiane Schmidt - Poema: Tarde Demais
  3. Colocado: Carlos Ezael Alfaro Carvalho Júnior - Poema: Quimeras do Querer


Poema Selecionado: Tarde Demais












Falta tudo quando parte de nós está de luto
Morre em brasa o que foi chama
O espelho memoriza nossas sombras
Há motivos pra ter medo?


Lá dentro os quartos gritam solidão
Janelas se fecham em tristes risos
Cadeiras disputam razões
Desafiam últimos instintos


No chão, nossas malas brincam...
Azulejos disputam espaços
No porta-retratos estranhos brindam
Enquanto o pra sempre se faz pedaços


O entardecer alcançou nosso telhado
Esvaziou nossas taças
Acomodados nas plumas da certeza
Não lutamos pelo último gole
Palavras guarnecidas em silêncio
Veio o tempo e nos fechou!


Braços atrasados procuram uma direção
- É tarde – Diz a fechadura,
Abismando nossas chaves
Nos abrindo em ruas
É tarde!

(Cassiane Schmidt)