Tempo de Recomeçar

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"Essa história vai emocionar você"

domingo, 22 de janeiro de 2012

Big Vergonha Brasil



Hoje vou falar sobre o escândalo protagonizado por dois participantes da décima segunda edição do Big Brother Brasil. Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que sinto verdadeiro desprezo por este programa, acho-o de uma baixeza generalizada, uma vergonha!

Não contribui em nada, não há nada que remeta algum tipo de aproveitamento cultural, um programa de moças que exibem corpos esculturais e que não conseguem manter um diálogo decente, muitas delas deveriam procurar um fonoaudiólogo, pois até ouvi-las falar é insuportável. Elas confirmam a minha estatística, 99,9% dessas modelos passam a vida lapidando a casca, enquanto o cérebro vai se atrofiando... Acredito até que um reality show com chimpanzés seria bem mais interessante do que isso que a Rede Globo exibe.

Mas, vamos aos fatos que remeteram ao escândalo. Na primeira festa oferecida aos participantes, houve um incidente envolvendo um rapaz e uma moça, cujos nomes nem vale a pena mencionar.

Depois de tomarem todas e ficarem se (desculpem a expressão) esfregando feitos dois animais, a mocinha e o rapaz, que já estavam “pra lá de Bagdá”, foram pra onde? Pra onde? Pra debaixo do edredom, é claro!

A garota, depois de alguns instantes, aparentemente, “apagou”, mas, o rapaz estava muito aceso e, segundo alguns espectadores que acompanharam tudo pela tevê fechada e pelas cenas amplamente divulgadas e exploradas pela emissora de Televisão Rede Record, que, diga-se de passagem, possui um programa semelhante, dão conta de que ele teria supostamente abusado sexualmente dela enquanto ela dormia. (pobrezinha)

O fato caiu nas redes sociais feito um estopim e o rapaz foi expulso do programa, o motivo alegado pelo Pedro Bial foi: “ele foi expulso do programa por conduta inapropriada”. Menos Bial, menos!Quem deveria ser expulso do programa deveriam ser os organizadores que armam uma arena medieval, confinando um bando de jovens, disponibilizando bebida “à lavonté”, edredom e liberdade. O resultado não poderia ser outro.

Todas as evidências apontam que ela consentiu e até instigou o jovem durante toda a festa para o ato libidinoso, por isso, o fato, do meu ponto de vista, foi consensual, ambos embriagados, foram para debaixo do abominável edredom das trevas. Óbvio que o ato cometido por ele, se é que a bela adormecida dormiu mesmo, é condenável e ele deve responder pelo que fez. Contudo, ela também deveria ser expulsa do programa, pois também manteve conduta inapropriada.

Mas, por que será que ela ficou? Simples de entender:no dia seguinte a mocinha acorda com a cara da Madre Tereza de Calcutá, diz que não se lembra de nada, deixa o rapaz em maus lençóis, levando-o a ser expulso do programa e ela passa por vítima.

Nesta semana, o apresentador Bial, com a cara mais lavada do mundo, inicia o programa afirmando que a jovem afirma que não houve nada demais, que tudo não passou de um mal entendido. Mas cadê o rapaz? Se nada aconteceu, se tudo foi consentido, por que ele foi expulso?

A Rede Globo comprou o silêncio da jovem em troca de sua permanência na casa, pois se ela representasse o caso perante a justiça o programa sofreria sérias consequências... Ela fica, ele sai, tudo continua igual. Nenhum dos participantes toca no assunto! A Rede Globo dá um cala boca geral na rapaziada, assunto encerrado. E, assim, os heróis do Pedro Bial continuam sua mais ridícula saga pela tevê.

Plim...Plim

(Cassiane Schmidt)

Natal


Escrever sobre o tema “Natal” é difícil e, convenhamos, mesmo ocorrendo uma vez só ao ano, os discursos natalinos acabaram se tornando piegas, repetitivos. Por isso, quando nos é solicitado escrever uma crônica sobre o natal, passa um turbilhão de dúvidas do que escrever.

Estou cansada de papais-noéis com a barba desfeita, desfilando em limusines, dos papais-noéis estressados que são obrigados a ficarem horas  sentados numa cadeira dum Shopping Center.

O melhor Papai Noel é aquele que mora em nossa imaginação! (De preferência em nossa imaginação de criança)

Encontrar a fórmula exata, que seja capaz de fisgar a atenção dos leitores e, principalmente, tocar um Jingle Bells em seus corações é quase impossível, diante de um dezembro tão desfigurado pelo consumismo.

Quando eu era criança eu colocava um sapatinho no beiral da janela na noite que antecedia o natal, onde o Papai Noel deixava um presente. “seja rico, ou seja, pobre, o velhinho sempre vem... (vence?)” lembram-se dessa cantiga?

É claro que havia o discurso da mãe: “O Papai Noel só vem se você for uma boa menina, se não ficar em exames na escola, se comportar-se”. Morro de saudade desse tempo, contudo, as recomendações somente eram colocadas em pratica, confesso, em meados de novembro, quando a figura do Noel era mais presente e o bom comportamento se fazia mais urgente.

Natal tem a ver com tempo, quando era criança esta ocasião era uma eternidade, hoje, tornou-se um relâmpago! Os meses cavalgam apressados sobre as horas e dezembro está sempre ali, nos observando.

 Não sei de vocês, mas para mim o mês de dezembro é o mês mais difícil do ano. Por quê? , porque ele nos empurra para a reflexão, fecha uma porta entulhada de memórias e abre outra cheia de esperanças, e incertezas, também.

Para nós, pobres mortais, digerir o passado e lidar com as angústias que o futuro guarda, não é tarefa fácil.

Natal também é luto, porque mais cedo ou mais tarde, alguém desaparece da mesa, uma cadeira vazia, um coração triste, uma vela que se apaga, um presente a menos embaixo do pinheirinho.

Luto não é feito apenas de morte, mas da ausência emocional de alguém que amávamos tanto e que não pertence mais ao nosso contexto.

Olhando pra tras, encontrei uma crônica natalina que escrevi para o Jornal Cruzeiro em dezembro do ano de 2007, onde eu dizia que o mais importante: “Não são os presentes que ganhamos, mas, as pessoas que estão junto de nós. Não é a ceia farta de natal, é a mesa cheia, cheia de gente...”.

Mas, tudo bem, nem tudo são perdas, o passado é especialista em construir paredes, para muito nós este Natal será uma ocasião de olhos vermelhos, de coração saudoso, de novidade, de ausência.

Este ano não vou acender velas, nem fazer pedidos, meu pinheirinho de natal estará enfeitado de casulos!



 (Cassiane Schmidt)