Tempo de Recomeçar

Tempo de Recomeçar
"Essa história vai emocionar você"

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Viver é ...



Descobri que a felicidade não está ao alcance das mãos, isto é, não é algo concreto que podemos pegar, guardar, eternizar.
Ser feliz é tão subjetivo e particular, quanto a escolha dos amores que fazemos.

A felicidade depende da capacidade que temos de alucinar o presente, acreditando sempre que o melhor vai acontecer!
A felicidade é apenas um modo de pensar, não importa as circunstâncias, a felicidade é uma forma de caminhar pela vida.

Ora caminhamos pela areia de uma praia paradisíaca, ora caminhamos pelas pedras, o importante é apreciar a caminhada...

É difícil compreender o ritmo da vida, é difícil acompanhar a pulsação de nossos sonhos frente aos reveses da realidade, mas nada será impossível quando aprendermos a sonhar como se fossemos loucos.

“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” (Nietzsche)

A loucura é afrodisíaca para a concretização dos sonhos. Quando racionarmos o pessimismo contraproducente, e apreendermos a sonhar como as crianças, não haverá impedimentos para o alcance de nossos desejos.

Sofrimento é falta de imaginação! A alegria é a vida dizendo: bom dia! A tristeza é adolescente, que com o tempo amadurece, nos faz mais gente!

A fé é a tristeza entendida, estendida no varal do tempo de nossa “curta” vida. O amor é sol, é pôr; Dormir e acordar, Sorrir e chorar, Oi e tchau,
Nunca ponto final!
Talvez ponto e vírgula,
Mas nunca ponto final.
Afinal, o que é a vida?



Cassiane Schmidt

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Incertezas



A incerteza é patrocinadora do medo
A insegurança mora no futuro
O presente passa ausente pelas inquietações humanas
A infância comunga a inocência
Garimpo ouro no olhar das crianças
: minha única/última esperança!
Perdemos o diário de bordo,
Não dá mais para fazer muitos planos
Inseguros e ansiosos: caminhamos
O destino é dado as surpresas
Faz seu alvo, todas as nossas certezas!
As ruas estão enfeitadas de violência
É difícil abrir a janela, fechar a porta, dizer tchau
O amanhã pode ser fatal!
Somos cheios de tantas certezas, vomitamos verdades enlatadas,
Senhores do destino?
Somos nada!
Útil e fútil se confundem o tempo todo!
Passos apressados se espalham por todos os lados
Anunciam dias desatinados dentro do tempo!
A indiferença é arquiteta da solidão
Tudo é normal!
A normose virou apresentadora de tele jornal
Matar e morrer rotina banal
A farmácia na esquina vende capsula de felicidade
A medicina anuncia um tratamento milagroso contra ansiedade
Anfetaminas e benzedrinas produzem alegria!
Incertezas
Perdemos a medida das coisas
Oito ou oitenta
Tudo ou nada
Desequilibro: doença!

A imperfeição é sempre um ponto de vista
Amar a si mesmo é o maior desafio
Encontrar a paz é descobrir a vida
No fim de tudo a única coisa que importa
São os amores que cultivamos
Os abraços quentes que temos
Afetos raros verdadeiros!

(Cassiane S.S)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cem títulos


Para distrair a tristeza
Criei cem títulos para a alegria
Pintei sorrisos na parede da casa
Enfeitei o jardim com girassóis
Fiz cópias da felicidade
Construí um muro dentro da solidão
Vesti os pássaros com asas
Para que eles pudessem voar
Bem alto
Até onde eu não pude chegar

A distância aproxima o pensamento
A rotina para o amor é veneno
Quando me faltam as palavras,
Confio mais nos meus sentimentos

Para distrair a alegria
Mergulho no silêncio que mora em mim
Faço as pazes com as horas
Invento pretextos para sorrir
Arranco os espinhos das rosas
Esqueço o verbo partir

Os anos vestiram a alegria de mito
Vivo presa a outro mundo
Dias escuros formam sombras
Erguem muros
Ser feliz é um absurdo!

Para distrair a tristeza
Vou esquecer todas as respostas
Apagar os pontos de interrogação
Fechar o livro

Cassiane Schmidt

terça-feira, 28 de julho de 2009

Partes do Tempo



A chuva que o céu chora, apaga a poeira que o vento esconde.
Os dias esquecidos no calendário derrubaram a parede da casa.
A lagrima que nasce no olho, revela que a saudade mora longe
Descobri onde a tristeza mora, ela não fala, ela chora.
O Sol esqueceu o pôr, o dia esqueceu de dormir.
O vento carregou uma folha da árvore, junto com ela foi todo o jardim.
Quando o sol se põe, o céu está azul, os pássaros cantam e as crianças brincam, Deus sorri!
Vi a esquina debruçada na janela, os anos parindo dias, o espelho transformando a face.
Na janela a vida passeia, leve, ligeira.
O chão afunda com os passos do tempo, o tempo não caminha, cava.
A rua é feita de caminhos desatinados.
Esquinas dividindo sonhos, papeis quebrados.
O relógio está sem pilha, os dias eram compridos.
O tempo dormia na varanda da casa
É preciso aproveitar, tudo, sempre, mais, muito mais
Antes que:
O tempo acorde,
O relógio caminhe
A janela se feche
A brincadeira acabe
O vento soe forte
O sol se ponha
A criança durma

Antes que Tudo vire depois!



Cassiane S.

domingo, 19 de julho de 2009

Naufrágio



A saudade naufragou em meu coração
Âncora lançada no mar de contradição
A saudade é sempre imperfeita
Cheia de tantos vazios
Caminha descalça pela memória,
Vestida de solidão

Saudade sinto de tantas coisas,
Até das coisas que não sinto mais
De tudo que foi, que virá,
A vida é um cais
: embarques e desembarques
Até logo, nunca mais...
Caos!


Muitos caminhos carregam meus passos
Tatuei no tempo todas as dores
Desenganos e erros
Medos e amores
Tudo guardado na sombra do vento

Fui tão longe, cheguei tão perto
Desatei os nós da solidão
Bordei a esperança em fino tecido
Para a tristeza, disse muitos: não!

O entusiasmo é tão adolescente
Sonhos grandes escondem-se em pequenos vãos
A felicidade sempre me foi tão jovem
Nuvem que o sol apaga
Cortina que escurece o quarto
6
Porta fechada!


Cassiane Schmidt

terça-feira, 14 de julho de 2009

derrame



O derrame

d
e
r
r
a
m
o
u

a velha sobre a cama
As rugas desenham muitos caminhos no rosto da velha,
escondem uma dor
uma alegria e duas tristezas

A morte é jovem
A morte é um passo,
não é boa, nem má
É morte,
é fácil.


A morte é da cor das paredes do quarto:
amarela suja fria
da cor do vento morno que invade
a melancolia

O derrame e s p a l h o u
o juízo da velha
Esquecimento
Choro
Cheiro
Espera
Cadeira de rodas
Velas e santos
Cama velha

Vasos sanguíneos transbordam,
estouram
Cérebro quebrado,
derramado dentro da velha, na cama



c.s

sábado, 11 de julho de 2009

detalhes



Bebi a água da poça
Era marrom a água
Escondi dentro do vaso, eu
Dentro do quadro
Embaixo do tapete
Ouvi a vida cochichar lá fora


Na parede o quadro pintou dois girassóis amarelos
No chão, nasceram muitas pegadas
A luz da lâmpada despencava do teto
Na televisão, eu vi alguma coisa.


A chuva se esfregava nas calhas velhas
Tinha dois palmos o escuro embaixo da casa
Na rua as pedras dormem
As flores fizeram greve ontem
Caíram uma a uma, na solidão da grama verde

Ouvi um barulho
Lá fora, um barulho
Espiei na janela
Vi o escuro dentro da calçada
No céu, um sol fora de época
A janela estava cega



cassiane.s

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Duas mãos


Duas mãos cheirando a mofo
Tentei convencê-las a escrever outra coisa, que não a saudade
- Não!
Escrevem, desesperam a lembrança
Reverberam dos dedos linhas tristes,
Escuras e densas, linhas quebradas
Algumas palavras, eu descobri, estão mortas.
Mãos tortas ressuscitam, instigam cadáveres de letras.

Palavras cortam, coração
Destilam argila sobre as emoções
De pedra.

De pedra fizeram estátua a criança
Que sangra invisível sobre os veios do mármore frio.
Sangra calada no peito, espia a vida pelos olhos escuros, que já foram tão claros
No olhar, a trilha da solidão

Escalei as curvas do sofrimento
Uma a uma, descasquei da memória
Bem-me-quer, malmequer, último capítulo

É subjetivo o ponto final, onde quer que ele seja colocado.
O ponto final morre no começo de mais um ponto.

Somos pontos........ .
.

.
.
.
.

A velha carta de verão
Guardava ainda o cheiro doce daqueles ventos
Em cada linha um grito abafado do tempo
Cheiros de erva-doce e de suor de crianças espalham na memória
Sol queimando a tarde,
Fogueira de lembranças
Balanço na árvore, só


Cadê o vermelho do amor, quase preto de paixão?
Na algema, as mãos


Cadê a menina de oito anos?
Bolo diabético celebra a má idade
Não há velinhas, nem velas, nem nada
Os balões murcharam dentro dos olhos
O chantilly ficou negro, bem escuro
Não há mais tardes de verão como aquelas
Não da mais para subir em árvores,
Pular amarelinha com o corpo leve e claro
Nem o vento do sul é igual
É menos frio, não gela o nariz
Nada ficou no lugar
Havia bonecas e sonhos no muro do quintal
O muro caiu, ficou apenas alguns tijolos velhos, onde às vezes eu me escondo.


É grave o som da música
Tem garras e duas patas a tristeza
Sublinha sobre o dia o negrito das horas
É grave o tamanho dessa saudade.


cassiane.



Chove
Cada gota
Vira oceano dentro de mim
Revira no peito
Inquieta melancolia

Chove
Eu
seco aqui dentro

Chove, chuva, chove,
escorre meus olhos
O telhado da casa é escorregador da chuva
Do que é feita a chuva?
De lágrimas de anjos?
De água suja?

A chuva é feita dos olhos
Que encobrem o sol das retinas!



c.


Vomitei saudade no prato da tristeza

Tive vertigens

Desequilibrei nas notas musicais da lua pálida

O olhar mudo disse sim!

O instinto, não!

Pulei, pulei bem alto dentro de mim

A água do poço secou

Sede, tenho sede de água pura

O cheiro amargo da noite infestou o jardim

As flores acordaram inclinadas, viradas com a boca para o chão, comendo terra

O sol, ele estava ali, mas a cegueira foi maior!

Neste dia tão triste...tão triste

Calei.


c.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Saber amar



Não envie flores.
Vá com quem você ama até o jardim
Não diga mais “Eu te amo”
Vire-se em mil, mas não diga mais “ eu te amo”!
Esta frase morreu há tempos.


Não que o amor não exista mais, existe sim!
Acredito nele, como em mim!
Mas a maneira de amar banalizou-se
Virou piada o tal do “te amo"!
Todos dizem, a toda, e a qualquer hora


Aviso: o EU TE AMO de qualquer jeito e rapidinho
Está fora de moda!


Não controle, não vigie.
Vá cuidar da sua vida!
Deixe seu amor em paz.
Amor não é contrato.
É laço.

Não laço de peão.
Laço de afeição, de confiança,


De aliança (aliados na dança)

Amor pegajoso é tão chato quanto super bonder colado nos dedos
Ame-se primeiro!
Depois vá amar!
Vá lá, amor não é bengala.
Se queres se apoiar, encoste-se numa árvore.
Espere a vida passar.


Nunca comece uma relação, se não estiveres pronto(a) para amar.
Como saber a hora certa?
Quando você se bastar!
Quando você viver bem sozinho(a), estará pronto para a vida a dois!
Se queres um amor, aprenda a esperar.
Não pegue a primeira embalagem bonita que lhe aparece!


Procure alguém que conheça a arte de “conversar”
Depois de algum tempo a com/versa será o chá das três...
Semelhantes se atraem? – Esqueça!
Se queres alguém igual a você
Fique sozinha(o).
Se te amas tanto assim! Fazer o quê!
Não deposite em ninguém sua felicidade.
Ser feliz é a escolha mais pessoal que conheço.
Não reclame da sua solidão.
A pior solidão do mundo é aquela vivida a DOIS.
Seja UM!
Se você for um Bom UM, será, com toda certeza, um bom DOIS


Não faça tatuagens do nome de seu affair
Deixe que os dias tatuem as marcas desta relação
Se depois de alguns anos a idéia persistir
Então faça, tatue de vez o seu amor!
Não se exponha, fale baixo!
O mundo está cheio de gente barulhenta!


Rostos e corpos perfeitos desfilam na passarela das futilidades
Mas as bocas só falam: MERDA! - De que adianta!
Aprenda a fritar ovos, fazer feijão, um bom café.
Isso tudo – não esqueçam – também aquecem o coração


( Cassiane Schmidt)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ângulo



Da janela eu vejo
O homem que passa
O olhar que os óculos encobrem
A poeira esculpindo os dias
A vida que morre

Da janela eu vejo
A chuva beijando a calçada
O chão pelos passos comido
A bola no vidro quebrada


Da janela eu vejo
O lixo que o vento sopra
A pedra que tropica no sapato
As casas que a esquina corta


Da janela eu vejo
A bala perdida no corpo encontrada
A indiferença no andar apressado
Um corpo caído no chão
O homem sangrando calado

Na janela eu cego!
c c
c
Da porta eu espio
As folhas cochichando nas árvores
A lágrima escondida no lenço
A lua afogada na poça de água
A boca costurada de silêncio

Da porta eu espio
A formiga comendo a rosa
Abelha vomitando mel
A luz do poste que pisca
A chuva deitando no céu

Da porta eu espio
A noite engolindo o dia
O dia vomitando a noite
A cortina namorando o vento
A vida no tempo vazia


Na porta eu fecho!
c c c c
c c
c
Cassiane

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Choro de menina

Por que choras menina bonita?
Não chores perto de mim
Leve para longe o teu sofrer
Meu coração é de gelo
Que nenhum choro faz derreter

A dor que entendo é só de papel
Não sei nada de lágrimas
Nem de meninas que choram
Nem de anjos do céu

Sou poeta fingido
Falo da dor sem senti-la
Mas não posso, não posso
Com teu choro menina

Já e tarde, é hora de partir
Antes que o teu choro acorde
A rima triste que dorme
Na dor que finjo sentir
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
(CASSIANE)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Prematuro


O meu olhar é um poeta de talento
Quem dera eu traduzir em palavras
Aquilo que ele me escreve por dentro!


Mas não consigo, luto em vão
Foge-me pelos dedos
A sombra duma impressão

Parir a palavra do sentimento
Árduo trabalho
É COMO
Lapidar pedra com vento


Então, quieta, boquiaberta
Sento dentro de mim
Assento-me na solidão
Até o poema chegar, dizer : sim!

Chega disfarçado, ô bicho danado!
Escorre pelas mãos
Depois ao final
Lamento ver, o que dele
Sobreviveu ao papel



Cassiane Schmidt

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NO ENSINO MÉDIO


A leitura do texto literário no ensino médio é, sem dúvida, muito importante para o aluno nesta fase de sua formação escolar. O texto literário promove um encontro especial com a leitura, pois através do contato com a literatura o aluno descobre as múltiplas faces da linguagem, entra em contato com diferentes aspectos da Língua Portuguesa. Quanto maior for a diversificação dos textos literários apresentados aos alunos, maior será a experiência que ele terá com este universo de singular beleza, magia e emoção. Trabalhar a literatura em sala de aula é, antes de tudo, mergulhar num mundo de subjetividade e encantamento, um lugar mágico onde o aluno encontra a possibilidade de se descobrir, de se reconhecer, de se encontrar. Neste sentido a literatura passa a ser um convite a liberdade de expressão, onde os alunos podem expressar seus sentimentos, descobrir e compreender melhor suas próprias emoções. A faixa etária dos alunos do ensino médio varia dos treze aos dezoito anos de idade, nesta fase o adolescente encontra-se emocionalmente vulnerável, e acaba sendo influenciado diretamente pelo poder de persuasão da mídia, dos amigos, dos preceitos consumistas, deixando levar-se, na maioria das vezes, pelas falsas ideologias. Trata-se de uma fase radical na vida do aluno, haja vista, que neste período de sua vida, o educando passa a formar uma concepção de mundo, busca afirmar sua personalidade perante os pais, os professores e, principalmente, aos amigos. O adolescente quer ser livre e independente, isso acaba gerando conflitos em casa, e também na escola. A indisciplina é uma marca registrada nesses casos, pois nesta fase, os alunos buscam chamar a atenção para si. Neste sentido, abro alas para a literatura entrar em sala de aula, pois inúmeros são os benefícios da literatura, da linguagem poética. Lembrando que a linguagem conotativa do gênero literário permite ao aluno manifestar suas inquietações psíquicas de maneira saudável e inteligente. Assim, a família em parceria com a escola, deve favorecer ambientes de leitura e produção de textos literários, pois assim será possível influenciar positivamente o aluno na busca pela sua identidade, apresentando a literatura como uma maneira de ele se comunicar com o mundo a sua volta. A formação de leitores de textos literários no ensino médio é, não há dúvida, um grande desafio, as vantagens e os benefícios da literatura para a formação do aluno são incontáveis. Os gêneros literários oferecem assim, a oportunidade de levar até o adolescente um mundo onde ele, o aluno, poderá encontrar verdadeiramente a liberdade por ele tão almejada. A influência que o professor exerce no aluno deve ser utilizada de maneira positiva. Se pretendemos formar leitores, precisamos, antes de tudo, sermos assíduos leitores. Ninguém dá o que não possui, ninguém ensina o que não conhece!



(Cassiane S.S)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Asas da Liberdade

Morre a tarde quieta e serena
A brisa da noite silente varre o dia
A ave no céu fez-me sentir tão pequena
Como um pássaro voar eu queria

Voar bem alto, bem longe
Voar até o infinito dentro de mim
Romper barreias, quebrar pontes
Encontrar de tudo o início e o fim

As horas aprisionam o tempo
O destino desenha muitos caminhos
Quero ser levada pelas mãos do vento
Acordar quando todos estiverem dormindo

Do espelho viciado no semblante
Restou apenas estilhaços de vidro
Vivendo intensamente cada instante
Encontramos em nós o desconhecido

Vivemos presos na gaiola da rotina
Vamos abrir as portas da coragem
Mundo novo que se descortina
Para quem ousar fazer esta viajem




(Cassiane Schmidt)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Retrato de um Povo

É nos bastidores da nação onde se desvelam os verdadeiros heróis e heroínas do Brasil, a autobiografia do País se revela nas mãos calejadas do trabalhador, na pele queimada do sol, no olhar triste das crianças que passam fome, um País que mantém seus políticos refrescados economicamente, a custa do suor de milhares de trabalhadores, homens e mulheres que deixam suas pegadas, no chão árduo do atual cenário político e econômico brasileiro. Um povo corajoso que impõe a bandeira da fé e da superação frente à mascarada e cruel corrupção praticada pelos abutres do governo.
O dia do trabalhador, comemorado mundialmente em 1º. De Maio, representa as chaves que libertaram milhares de operários de condições subumanas de trabalho, nasceu da luta e do luto de pessoas que acreditaram, que lutaram por seus direitos.
Esta especial data nos lembra que todo dia é dia de trabalho, e que somos vitimas de um governo falho, corrupto. Que a data tenha finalidade de homenagear a mão-de-obra, o fundamento, os pilares que sustentam nosso Brasil: o trabalhador. Que nos incite a pensar, que sirva para caírem as mascaras da corrupção diante dos pés da justiça, que seja erguida a bandeira em favor dos oprimidos, em favor daqueles que não tem escolha, que são obrigados a se sujeitar as péssimas condições de trabalho para ter o que comer, que esta especial data faça menção ao povo que não vive, mas sobrevive.
Vamos homenagear os heróis invisíveis, os agentes secretos que trabalham nas noites sem fim, na coleta do lixo, que mantém as cidades habitáveis, este é só um exemplo, poderíamos citar milhares. A calçada da fama do povo brasileiro é um chão árido e pedregoso, onde todos eles deixam sua marca, sobretudo uma marca que chama atenção, pois é uma marca de fé, de esperança diante das condições mais adversas, um povo que consegue sorrir, mesmo com seus poucos dentes na boca. Um povo que desenha no cenário social um quadro pintado com tintas de esperança, que acredita no exílio definitivo da corrupção, no fim da revoltante desigualdade social. Não há dúvida que a falta de valorização e de respeito aos trabalhadores constituam as chibatadas do século 21, as senzalas nas quais foi lançada a dignidade humana.
A corrupção diária no governo brasileiro é a patrocinadora do desalentador quadro de desigualdade no País. Enquanto o operário trabalha de sol a sol para ganhar um salário mínimo, deputados vivem refestelados em cartões de crédito, em viagens milionárias, com salários exorbitantes, lembrando que tudo isso, a custo do governo e do povo que contribui com pagamentos de um sem números de impostos. Vamos, neste dia especial, celebrar a vitória silenciosa de todos aqueles que corajosamente se dedicam na construção do País, vamos respeitar o grito sufocado de dor e revolta no silêncio da rotina dos que sofrem na pele as conseqüências da desigualdade social, outrossim vamos acreditar numa reforma social, acreditar em políticos honestos, que utilizem sua vida política em favor do povo, que lutem para garantir os direitos de milhares de cidadãos, pois somente assim será possível a construção de uma nova identidade ética no contexto político. Enquanto isso Brasil, mostre a sua cara.




( Cassiane Schmidt)

segunda-feira, 20 de abril de 2009