No abismo de outros mundos almas calam-se inertes
Corpos cobertos de flores cobrem campos santos
Na vaga do mar lancei uma prece
As ondas levaram memórias dos anos
Janelas do futuro se fecham antes da hora
A morte declama a despedida em tristes rimas
Lembranças reféns da memória
O destino o obituário assina
Sinos e velas anunciam o cortejo
Destino esparso em tom de melancolia
Na sala a morte brinda o triste ensejo
No sarau funéreo o choro é melodia
Nas mãos frias repousa o rosário
Maquiagem de tristeza encobre as faces
Sobre o leito a incerteza do itinerário
No céu uma estrela nasce
As pás do destino preparam a cova
Arquitetura dolente de desencanto
À tarde triste e chuvosa chora
Vida encoberta por negro manto
O anjo da morte iniciou a viajem
Levou a vida pelas mãos
Aportaram na estação da eternidade
Abençoados por uma oração
A morte caminha pelas ruas do destino
Os ponteiros do relógio ensaiam despedidas
Pétalas de flores indicam o caminho
Último suspiro, hora da partida!
(Cassiane Schmidt)
3 comentários:
Em toda a minha leitura fiquei arrepiada, e olha que nem ta frio [...]
É a pura realidade da morte!
Parabéns mais uma vez por tocar nosso coração!
...a morte só nos supreenderá em vida, se não soubermos voar. o sono é um pequeno ecran do que provávelmente iremos encontar. que seja: um imenso céu!
Poema belo mas um tanto "arrepiante". Na verdade, a morte faz parte da vida, portanto... **
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